O meio jurídico está preparado para os impactos das tecnologias atuais e futuras?
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O meio jurídico está preparado para os impactos das tecnologias atuais e futuras?

29 jul 2025
Última atualização: 23 julho 2025
EBRADI
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3 min
O meio jurídico está preparado para os impactos das tecnologias atuais e futuras?

Por: Carolina Behrensmann da Silva, Guilherme Aparecido e Mariana Chagas

Se houve um painel que deixou a audiência do 5º Congresso EBRADI com dor de cabeça, foi o que abordou o Direito Digital e os desafios da reforma do Código Civil – incluindo um “leve desespero” pela percepção de que também o Código Penal sofre de obsolescência programada.

Código versus microssistemas

O jurista Silvio Venosa defendeu que temas relacionados à tecnologia, como os que envolvem o Direito Digital, por sua natureza dinâmica, sejam tratados por microssistemas legais, e não “jogados” no Código Civil, que se pressupõe mais duradouro.

Ele obteve a concordância de Rodrigo Ruf Martins, conselheiro da Meta Brasil, para quem há o risco de a legislação não acompanhar a velocidade (e a complexidade) da evolução tecnológica. Microssistemas legais, mais fáceis de adaptar, seriam mais recomendados nesse caso.

Pré-regulação ou aprendizado?

Precisamos aceitar o fato de que as leis se tornam rapidamente obsoletas diante da evolução tecnológica, como comentou Camilla Jimene, advogada especializada em contencioso digital e trusted advisor para essas questões. Mas o que fazer diante dessa constatação?

Renato Opice Blum, patrono da pós-graduação em Direito Digital, Proteção de Dados e Inteligência Artificial da EBRADI, deu um exemplo de uma solução para essa ameaça constante de obsolescência vindo dos Estados Unidos.

Lá, o parlamento aprovou uma legislação que proíbe os estados de regular a inteligência artificial. Como o Dr. Renato explicou, a inexistência da lei não significa que o Poder Judiciário americano deixará de analisar um caso; trata-se apenas de uma ausência de pré-regulação, e permitirá que todos aprendamos com o uso da IA. O Brasil poderia seguir esse modelo, não poderia?

Herança digital

Um terceiro tema caro aos palestrantes foi o do que fazer com legados digitais. Um primeiro ponto disse respeito à necessidade de separar bens digitais afetivos (como fotos e vídeos) e bens digitais econômicos (como contas monetizadas e criptomoedas). Para lidar com ambos os legados, no entanto, os painelistas apontaram o testamento como uma peça-chave.

O patrimônio digital deve ter uma definição mais clara feita em testamento para, entre outras coisas, evitar o uso de redes sociais de uma pessoa após seu falecimento, o que pode gerar conflitos identitários.

Do ponto de vista da reforma do Código, ficou claro que não é boa ideia encaixar o digital às pressas nas estruturas legais já existentes; o melhor caminho é criar modelos novos, mais flexíveis e mais preparados para lidar com um mundo que muda o tempo todo.

Painelistas: Camilla Jimene, Silvio Venosa, Rodrigo Ruf Martins, Renato Ópice Blum.

A cobertura do 5º Congresso EBRADI é uma realização do LAB Jornalismo formado pela área de comunicação da Universidade Anhembi Morumbi e HSM.

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1. EBRADI é online?

A Escola Brasileira de Direito é 100% online. Todos os seus cursos são oferecidos na modalidade a distância. Para alunos de pós-graduação, inclusive, a avaliação é feita por meio de ferramenta online com reconhecimento facial para garantir a segurança e autenticidade.

2 Quando iniciam as aulas?

As aulas têm início imediato, após confirmação de pagamento. Exceto para cursos em pré-lançamento – neste caso consulte a data informada no site.

3. Qual a validade do diploma digital?

A assinatura digital é um conjunto de dados criptográficos incorporados a um documento. Por essa razão, precisa de estar no ambiente digital, uma vez que há necessidade de softwares e sistemas específicos ler e compreender estes dados criptografados. O papel não é capaz de guardar a criptografia que garante a autenticidade da certificação digital. O Diploma Digital é um XML com assinatura digital e carimbo de tempo ICP-Brasil. Ao imprimir, estes dispositivos deixam de existir e passam ser apenas uma cópia não assinada e sem validade jurídica. O MEC, preocupado com toda essa questão, elucidou esse problema ao permitir que os alunos tenham uma cópia impressa com as mesmas características do diploma físico, o que denominamos Representação Visual Diploma Digital – RVDD. Esta RVDD, terá as mesmas características do diploma físico que você conhece e que sua instituição adota. A diferença é que esta representação visual terá dois mecanismos para fazer essa ligação do mundo real para o virtup al. A RVDD apesar de não ser o diploma, ela é a interface para remeter, com auxílio do QR Code por exemplo, para onde estará o seu Diploma Digital dentro desse universo eletrônico, de forma rápida, prática e segura. Somente de posse do seu QR Code ou do código de validação do seu diploma será possível ter acesso ao seu XML do Diploma Digital.

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