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LIDERANÇA SUSTENTÁVEL NO SETOR DE COSMÉTICOS: ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE ESG
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LIDERANÇA SUSTENTÁVEL NO SETOR DE COSMÉTICOS: ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE ESG

09 mai 2025
EBRADI
EBRADI
10 min
LIDERANÇA SUSTENTÁVEL NO SETOR DE COSMÉTICOS: ANÁLISE DAS PRÁTICAS DE ESG
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O conceito ESG (Environmental, Social, and Governance) refere-se a uma estrutura que incorpora fatores ambientais, sociais e de governança. ESG é amplamente utilizado como padrão e estratégia por investidores para avaliar o comportamento corporativo e prever o desempenho financeiro futuro (Calderan, et al., 2021). Como um critério de investimento voltado para o desenvolvimento sustentável das empresas, os três pilares do ESG são essenciais no processo de análise de investimentos e na tomada de decisões. Esses fatores ajudam a medir a sustentabilidade e o impacto social das atividades empresariais. Empresas que buscam excelência em gestão ambiental e projetos sustentáveis visam não apenas serem reconhecidas pela sociedade, mas também aumentar sua competitividade, promover inovação e fortalecer as relações com clientes e acionistas, que estão alinhados a um novo contexto econômico (Karatzoglou et al., 2021). No Brasil, as empresas do setor de cosméticos têm se destacado como protagonistas na adoção e promoção de práticas que buscam equilibrar o desenvolvimento econômico com responsabilidade social e ambiental. Nesse contexto, há uma crescente tendência entre as empresas de adotar práticas voltadas para a sustentabilidade e a ética (Redecker et al., 2021).

Considerando esse contexto, para esta pesquisa foram selecionadas empresas do segmento de cosméticos com atividades no Brasil. De acordo com o panorama de 2023 da Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC), o Brasil ocupa um dos primeiros lugares no mercado de produtos de beleza e higiene. Considerando o grande volume de consumo de cosméticos, surgem reflexões sobre o impacto dessa indústria nas perspectivas ESG, em especial a perspectiva ambiental. A produção de cosméticos convencionais envolve o uso de mais de 10 mil substâncias químicas, incluindo petroquímicos, conhecidos como Poluentes Orgânicos Persistentes (POP’s), que possuem uma decomposição extremamente lenta (Almeida, 2021). Ingredientes como microesferas e microplásticos, corantes, neutralizantes, ceras parafínicas, filtros UV, conservantes (como parabenos e triclosan) e polímeros sintéticos utilizados na indústria cosmética podem ter impactos ambientais significativos. Além disso, as embalagens plásticas desses produtos, que frequentemente não são biodegradáveis, são descartadas de forma inadequada, poluindo o meio ambiente. Quando chegam aos ambientes aquáticos, esses materiais podem ser ingeridos por animais, causando intoxicação devido à absorção de compostos altamente tóxicos, como metais pesados, pelos microplásticos (Silverio, 2024). Desta forma, esta pesquisa adotou como procedimentos metodológicos a pesquisa descritiva e qualitativa. A coleta de dados foi conduzida por meio de análise documental e estudo de caso. A análise documental consistiu em uma revisão dos relatórios de sustentabilidade divulgados pelas empresas sobre suas práticas ESG. O estudo de caso, por sua vez, foi realizado para cada empresa selecionada, permitindo uma análise aprofundada de suas práticas ESG. No que diz respeito à ética na pesquisa, todos os dados utilizados são de domínio público e foram obtidos de fontes legítimas, respeitando os princípios éticos de pesquisa. Não foram necessárias autorizações ou consentimentos adicionais, visto que a pesquisa não envolve a coleta de dados primários sensíveis. A pesquisa tem como objetivo examinar as práticas ESG implementadas por empresas no setor de cosméticos, com ênfase nas estratégias adotadas e nos resultados observados. Para esse estudo foram selecionadas a Natura&Co, Grupo Boticário e o Grupo L’Oréal, dado a representativa que possuem no setor. A Natura&Co e Grupo Boticário são líderes no mercado de cosméticos na América Latina, enquanto o Grupo L’Oréal é um dos maiores players globais no setor. A inclusão dessas empresas proporciona uma visão abrangente das práticas ESG em diferentes escalas e contextos regionais.

A primeira empresa analisada foi o Grupo Natura & Co, uma organização global que une as marcas Natura e Avon sob um propósito comum. Conectando mais de 200 milhões de clientes ao redor do mundo, o grupo mobiliza quase 7 milhões de consultoras e representantes, operando 900 lojas e franquias, e empregando 22.000 colaboradores. A Natura &Co é um exemplo notável de empresa que incorpora práticas robustas de Ambiental, Social e Governança (ESG) em sua estratégia de negócios. No aspecto ambiental, a empresa demonstra um forte compromisso com a sustentabilidade através de diversas iniciativas. A Natura &Co implementa uma gestão ambiental eficiente, focada na circularidade e regeneração de suas embalagens, garantindo que os produtos sejam desenvolvidos com formulações naturais e inovando no uso de refis, o que reduz o desperdício. Além disso, a empresa adota práticas de logística reversa e promove a coleta seletiva, fortalecendo seu compromisso com a sustentabilidade. Programas como o “Projeto Rios Vivos” e “Recicle com Natura” destacam-se na promoção da conservação ambiental. Outro ponto relevante é a utilização de combustíveis renováveis e a digitalização de suas revistas, visando reduzir a pegada de carbono. Importante ressaltar que 100% da energia utilizada pela Natura &Co provém de fontes renováveis, demonstrando um engajamento total com a preservação ambiental. No âmbito social, a Natura &Co se destaca pela promoção da educação e capacitação de suas revendedoras, proporcionando-lhes oportunidades de crescimento e desenvolvimento pessoal. A empresa também se compromete com a criação de um ambiente de trabalho inclusivo e diverso, assegurando que 50% das posições de liderança sejam ocupadas por mulheres. Além disso, a Natura &Co garante um salário digno para todos os seus colaboradores e investe no desenvolvimento de talentos, promovendo a saúde e o bem-estar no ambiente de trabalho. A linha “Crer para Ver” é um exemplo do seu compromisso social, destinando recursos para projetos educacionais. Em termos de governança, a Natura &Co adota uma estrutura sólida e transparente. A empresa estabelece rigorosos padrões de ética e compliance, mantendo um código de conduta que norteia as operações diárias e garante a integridade em todas as suas atividades. Além disso, a Natura &Co implementa um gerenciamento eficaz de conflitos de interesses, assegurando que as decisões sejam tomadas de maneira justa e imparcial. O Grupo Boticário, por sua vez, foi identificado como uma empresa cujo principal propósito é criar oportunidades para que a beleza transforme a vida das pessoas, contribuindo para a transformação do mundo. Atualmente, o Grupo Boticário possui mais de 4 mil lojas em mais de 40 países, empregando mais de 18 mil colaboradores diretos. O Grupo Boticário se destaca como uma empresa que integra práticas de Ambiental, Social e Governança (ESG) em sua estratégia empresarial, refletindo um compromisso sólido com a sustentabilidade e o bem-estar social. No aspecto ambiental, o Grupo Boticário tem investido em diversas iniciativas para minimizar seu impacto no meio ambiente. A empresa utiliza a ferramenta IARA para otimizar seus processos produtivos, priorizando o uso de produtos veganos e orgânicos. Além disso, o Grupo adota embalagens recicláveis e promove a preservação de áreas de conservação, demonstrando seu compromisso com a biodiversidade. Um dos diferenciais do Grupo Boticário é o sistema de reúso da água em suas indústrias, o que contribui significativamente para a economia de recursos hídricos. O uso de energias renováveis e o Programa Boti Recicla são outras iniciativas que refletem o esforço da empresa em adotar práticas sustentáveis. A digitalização dos catálogos e o reaproveitamento de caixas reforçam ainda mais a dedicação do Grupo à redução de seu impacto ambiental. Em relação ao social, o Grupo Boticário promove princípios de inclusão, equidade e respeito, criando um ambiente de trabalho diversificado e justo. A empresa valoriza a participação dos colaboradores nos processos de tomada de decisão, o que fortalece a cultura organizacional. Iniciativas como o Projeto Comunidades Beleza Livre e o Instituto Grupo Boticário são fundamentais para a capacitação de novos talentos e o apoio às comunidades locais. A presença de 60% de mulheres entre os colaboradores do Grupo evidencia seu compromisso com a equidade de gênero. Além disso, a valorização dos revendedores e a parceria com cooperativas de reciclagem demonstram o empenho da empresa em promover a sustentabilidade social. A promoção da saúde e segurança no trabalho é uma prioridade constante, garantindo o bem-estar dos colaboradores. Na dimensão de governança, o Grupo Boticário conta com um conselho de administração diversificado e um comitê de sustentabilidade responsável por orientar as práticas da empresa. A adoção de um código de conduta e ética rigoroso assegura que todas as operações sejam conduzidas de maneira íntegra e transparente. A terceira empresa analisada foi a L’Oréal, uma multinacional que atua no Brasil e possui a missão de oferecer a homens e mulheres em todo o mundo o melhor da beleza em termos de qualidade, eficácia, segurança e responsabilidade. O Grupo L’Oréal é reconhecido por suas práticas sólidas de Ambiental, Social e Governança (ESG), refletindo um compromisso contínuo com a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa. No âmbito ambiental, o Grupo L’Oréal tem adotado medidas significativas para reduzir seu impacto ecológico. A empresa utiliza biometano para abastecer seus transportes, diminuindo a dependência de combustíveis fósseis e reduzindo as emissões de carbono. Além disso, a L’Oréal faz uso de eletricidade proveniente de fontes renováveis, reforçando seu compromisso com a energia limpa. A reutilização das águas em suas operações e o reaproveitamento dos resíduos gerados nas instalações demonstram a dedicação da empresa à economia circular e à redução de desperdícios. As fórmulas com base biológica, desenvolvidas pela L’Oréal, destacam a inovação da empresa em criar produtos mais sustentáveis e com menor impacto ambiental. No campo social, o Grupo L’Oréal garante um salário digno para todos os seus colaboradores, promovendo a justiça e a equidade dentro da organização. A empresa enfatiza a igualdade, com uma atenção especial à inclusão intergeracional, garantindo que colaboradores de diferentes idades tenham as mesmas oportunidades e condições de trabalho. A L’Oréal também mantém um relacionamento estreito com as comunidades em que atua, investindo em projetos que beneficiam o desenvolvimento social e econômico dessas regiões. A saúde e a segurança no ambiente de trabalho são priorizadas, assegurando que os colaboradores trabalhem em condições seguras e saudáveis. Em termos de governança, o Grupo L’Oréal conta com um conselho de administração diversificado, o que contribui para uma tomada de decisões mais equilibrada e representativa. A empresa adota um rigoroso código de ética e transparência, garantindo que todas as operações sejam conduzidas com integridade e clareza. A L’Oréal também é hábil no gerenciamento de conflitos de interesses, assegurando que as decisões empresariais sejam tomadas de forma justa e imparcial. As práticas de ESG (Ambiental, Social e Governança) implementadas por empresas como Natura &Co, Grupo Boticário e Grupo L’Oréal evidenciam um compromisso crescente com a sustentabilidade e a responsabilidade corporativa no setor de cosméticos. Essas empresas adotam medidas inovadoras para minimizar seu impacto ambiental, como o uso de energias renováveis, a reutilização de recursos e a promoção de produtos sustentáveis. No campo social, investem na equidade, inclusão e desenvolvimento de talentos, garantindo ambientes de trabalho justos e seguros, além de manterem relações próximas com as comunidades. Em termos de governança, a transparência, a ética e a gestão de conflitos são pilares fundamentais, com conselhos de administração diversificados que asseguram uma condução empresarial responsável. Essa abordagem integrada de ESG não só fortalece a reputação dessas empresas, mas também contribui para a construção de um futuro mais sustentável e equitativo.

Em conclusão, as práticas de ESG adotadas por Natura &Co, Grupo Boticário e Grupo L’Oréal demonstram como o setor de cosméticos pode liderar a transformação para um modelo de negócios mais sustentável e socialmente responsável. Essas empresas vão além das exigências regulatórias, integrando a sustentabilidade ambiental, a responsabilidade social e a governança ética em suas operações diárias. O compromisso com o uso de recursos renováveis, a promoção da equidade e o fortalecimento da transparência não só elevam o padrão de excelência corporativa, mas também inspiram outras indústrias a seguir um caminho semelhante. A realização de estudos aprofundados sobre essas práticas é crucial para avaliar e compreender o impacto real dessas iniciativas, oferecendo insights valiosos sobre a eficácia e os desafios enfrentados na implementação de estratégias ESG. Tais estudos não apenas permitem a disseminação de boas práticas, mas também fornecem uma base sólida para o desenvolvimento de novas abordagens e para a formulação de políticas que promovam a sustentabilidade em diferentes setores. Além disso, a análise contínua dessas práticas ajuda a identificar oportunidades de melhoria e inovação, garantindo que as empresas não apenas alcancem seus objetivos ambientais e sociais, mas também mantenham a confiança dos stakeholders e contribuam para um futuro mais justo e equilibrado. Ao alinharem seus objetivos econômicos com princípios de ESG, essas empresas asseguram seu sucesso a longo prazo e contribuem significativamente para o bem-estar das comunidades e para a preservação do meio ambiente, moldando um futuro onde os negócios e a sustentabilidade caminham juntos.

Artigo escrito por Daysianny Lourenço da Costa, Iago Ryan dos Santos Marques, Rikelma Bandeira Carvalho e Francisca Noeme Moreira de Araújo – Vencedores do EBRADI Experience

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A assinatura digital é um conjunto de dados criptográficos incorporados a um documento. Por essa razão, precisa de estar no ambiente digital, uma vez que há necessidade de softwares e sistemas específicos ler e compreender estes dados criptografados. O papel não é capaz de guardar a criptografia que garante a autenticidade da certificação digital. O Diploma Digital é um XML com assinatura digital e carimbo de tempo ICP-Brasil. Ao imprimir, estes dispositivos deixam de existir e passam ser apenas uma cópia não assinada e sem validade jurídica. O MEC, preocupado com toda essa questão, elucidou esse problema ao permitir que os alunos tenham uma cópia impressa com as mesmas características do diploma físico, o que denominamos Representação Visual Diploma Digital – RVDD. Esta RVDD, terá as mesmas características do diploma físico que você conhece e que sua instituição adota. A diferença é que esta representação visual terá dois mecanismos para fazer essa ligação do mundo real para o virtup al. A RVDD apesar de não ser o diploma, ela é a interface para remeter, com auxílio do QR Code por exemplo, para onde estará o seu Diploma Digital dentro desse universo eletrônico, de forma rápida, prática e segura. Somente de posse do seu QR Code ou do código de validação do seu diploma será possível ter acesso ao seu XML do Diploma Digital.

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