Constelação Familiar: o que significa e por que atuar com Direito da família?

Resumo
Quer saber como a Constelação Familiar pode ter uma atuação fundamental no Direito de Família? Leia agora mesmo neste artigo!
Não é mais novidade o uso da Constelação Familiar como ferramenta auxiliar na solução de conflitos judiciais, especialmente no âmbito do Direito de Família. A técnica, desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger, tem sido cada vez mais aplicada no Brasil como uma metodologia complementar à mediação de litígios. Este artigo busca explicar o que é a Constelação Familiar, como ela funciona no contexto jurídico e por que é tão importante.
O que é constelação familiar?
A Constelação Familiar Sistêmica é uma técnica terapêutica desenvolvida pelo alemão Bert Hellinger. Ela parte do pressuposto de que todos os membros de uma família estão interligados em um sistema. Assim, os comportamentos, crenças e emoções de uma geração podem influenciar outras, mesmo que de forma inconsciente.
A ideia é que padrões de sofrimento e conflitos se repitam ao longo das gerações até que sejam reconhecidos e ressignificados. Por isso, a Constelação permite observar essas dinâmicas ocultas e buscar soluções mais equilibradas.
Na prática, a técnica utiliza representantes (pessoas ou objetos) que simbolizam membros da família. A partir disso, é possível visualizar a origem dos conflitos e propor um novo posicionamento emocional para os envolvidos. O resultado é o alívio de tensões e o restabelecimento da ordem no sistema familiar.
Como a constelação familiar se relaciona com o Direito de Família?
No Direito de Família, a Constelação Familiar é utilizada como ferramenta auxiliar na mediação de conflitos, em especial nos casos de:
- guarda de filhos;
- pensão alimentícia;
- alienação parental;
- partilha de bens;
- inventário;
- dissolução de união estável ou casamento.
Em vez de apenas aplicar a letra da lei, a Constelação busca compreender as raízes emocionais dos litígios. Isso permite que as partes envolvidas assumam responsabilidade por seus comportamentos, reduzam a carga emocional do processo e encontrem soluções consensuais e duradouras.
Trata-se de um método que promove não apenas a pacificação dos conflitos, mas também a humanização do Judiciário, oferecendo uma abordagem mais empática e sensível à complexidade das relações familiares.
Benefícios da Constelação Familiar na solução de conflitos jurídicos
O Poder Judiciário do Brasil já apresenta casos de grande sucesso com a utilização da Constelação Familiar no âmbito jurídico. Segundo a Juíza Wilka Vilela, que exerce suas funções perante o tribunal de Justiça do Estado de Pernambuco, em 33 processos em que ela atuou, 75% foram resolvidos por meio de acordos.
Ela ainda cita que houve situações bastante emblemáticas, como o caso de um inventário que estava em litígio na justiça por cerca de 13 anos. Depois que houve a audiência, constatou-se que, com o uso dessa metodologia, o conflito foi solucionado em uma ação que envolvia 8 filhos.
Entre os principais benefícios desta abordagem, destacam-se:
- Redução do tempo de tramitação dos processos;
- Diminuição de novos litígios relacionados ao mesmo conflito;
- Economia de recursos para o Judiciário e para as partes;
- Fortalecimento dos vínculos familiares;
- Soluções mais conscientes e colaborativas.
Além disso, há um impacto positivo na saúde emocional dos envolvidos, que muitas vezes carregam mágoas, disputas antigas ou crenças limitantes herdadas de gerações anteriores.
A Constelação Familiar e a mediação jurídica sistêmica
A mediação sistêmica, que utiliza fundamentos da Constelação Familiar, tem sido aplicada em sessões judiciais e extrajudiciais como alternativa eficaz ao embate judicial. Em vez de impor decisões por meio de sentenças, esse modelo propõe um diálogo estruturado que busca restaurar os vínculos familiares rompidos e promover acordos duradouros.
Com isso, o advogado ou mediador que conhece e aplica esses princípios pode atuar de maneira mais estratégica e sensível, promovendo soluções alinhadas aos interesses reais das partes.
A Resolução nº 125/2010 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Lei de Mediação (Lei nº 13.140/2015) reforçam a importância dos métodos alternativos de resolução de conflitos, incluindo técnicas como a Constelação Familiar, dentro e fora do Judiciário.
Por que os advogados devem estudar Constelação Familiar?
O perfil do advogado moderno está mudando. Cada vez mais se exige do profissional não apenas conhecimento jurídico, mas também habilidades de comunicação, empatia e visão sistêmica.
No contexto do Direito de Família, entender os princípios da Constelação Familiar pode ser um grande diferencial. O advogado passa a atuar de forma mais estratégica e colaborativa, ajudando o cliente a compreender suas próprias motivações e a buscar soluções além do litígio.
Além disso, a capacitação nessa área permite ao profissional atuar como facilitador de constelações, mediador sistêmico ou mesmo realizar parcerias com consteladores em casos mais complexos.
A formação pode ser feita por meio de cursos de pós-graduação, especializações e workshops voltados ao uso da Constelação no ambiente jurídico.
Propostas da Constelação Familiar aplicada ao Direito
Entre os principais objetivos da Constelação Familiar aplicada ao Direito, podemos destacar:
- Ampliar a consciência das partes sobre seus papeis no conflito;
- Facilitar a liberação de padrões familiares inconscientes;
- Promover acordos mais estáveis e respeitosos;
- Reduzir a litigiosidade e promover a cultura da paz;
- Humanizar o sistema jurídico com foco na reconciliação.
Ao reconhecer que o conflito jurídico muitas vezes é apenas o reflexo de um desajuste familiar mais profundo, o profissional do Direito passa a atuar de forma mais integral, preventiva e transformadora.
Constelação Familiar é tendência no Judiciário brasileiro
Nos últimos anos, diversos tribunais brasileiros passaram a adotar a Constelação Familiar como prática complementar em seus centros de conciliação e mediação. Estados como Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Bahia e Santa Catarina já contam com iniciativas consolidadas nesse sentido.
A tendência é que esse movimento cresça, sobretudo diante da sobrecarga do Judiciário e da necessidade de métodos mais eficazes e humanizados de resolver disputas.
A sociedade também tem se mostrado mais receptiva a abordagens que respeitam a subjetividade dos conflitos, reconhecendo que nem sempre uma sentença judicial é suficiente para restabelecer a paz entre as partes. Estar preparado para essa nova realidade pode transformar sua prática profissional e, mais importante, a vida das famílias que você atende.
Para quem deseja se aprofundar nesse campo e atuar com mais preparo nas questões familiares e sucessórias, o curso de Direito de Família e Sucessões da EBRADI é uma excelente opção. A pós-graduação oferece uma formação completa, atualizada e prática, abordando não apenas os aspectos legais, mas também as novas metodologias de resolução de conflitos, como a Constelação Familiar e a mediação sistêmica. É uma oportunidade para advogados e operadores do Direito ampliarem sua atuação com sensibilidade, estratégia e humanização.